sábado

Será o autêntico "Doce de Pelotas"?

Semana passada, em SP, no Shopping Villa Lobos, observei que uma confeitaria ostentava, sobre o balcão, cartaz anunciando "Doces de Pelotas". Foi um sinal claro de que a enorme tradição doceira daquela cidade do sul do RS já se espalhara pelo país. Mas será que os doces eram mesmo de Pelotas? E, se fossem, será que tinham a qualidade ímpar desenvolvida pelas produtoras tradicionais da localidade?
Dois dias depois, coincidentemente, eu estaria em Pelotas, para ministrar palestra sobre propriedade intelectual na XV Fenadoce. Na ocasião, causou-me grande alegria constatar não apenas o sucesso da Feira, como também que a comunidade local finalmente começou a se organizar para buscar o reconhecimento da exclusividade sobre o uso da expressão “Doces de Pelotas”.
Um grupo de doceiras pelotenses têm se reunido, com o apoio do SEBRAE, visando a padronizar receitas, produtos empregados e produtores qualificados. Tais medidas são o primeiro passo para que uma indicação geográfica seja reconhecida, criando-se ferramenta jurídica contra o aproveitamento indevido da expressão por parte de produtores de doces de outras procedências. No RS, já existem as indicações geográficas “Vale dos Vinhedos” e “Carne do Pampa Gaúcho”.
Ao final desse processo, quando encontrarmos essa indicação em confeitarias pelo Brasil afora, teremos mais confiança em verdadeiramente desfrutar das mesmas sensações provocadas pelos autênticos doces pelotenses.

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